Search
Close this search box.

Fiocruz vê ‘fortes indícios’ de fim da pandemia até primeiros meses de 2022

(Eduardo Valente/Getty Images)
WhatsApp
Facebook
LinkedIn
Twitter
Telegram

Para os pesquisadores, o avanço da vacinação foi fundamental para melhora do quadro da doença no Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou hoje ser possível observar sinais de arrefecimento da pandemia, com os mais recentes dados sanitários sobre evolução da doença no país.

Para os pesquisadores, o avanço da vacinação foi fundamental para melhora do quadro da doença no Brasil, e observaram ser importante iniciativas como “passaporte de vacinação”, ou seja, obrigatoriedade de comprovação de imunização contra covid-19 para entrada em determinados ambientes.

No entendimento dos especialistas “há fortes indícios” para se acreditar no fim da pandemia até os primeiros meses de 2022, dizem pesquisadores no Boletim.

As avaliações constam de Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado hoje, documento veiculado semanalmente por pesquisadores da fundação, no qual avaliam evolução da covid-19 no país.

No boletim, os pesquisadores pontuaram que, no cenário atual da doença no Brasil, números apontam para quadro de estabilidade nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e covid-19 no país, “com indícios de arrefecimento da pandemia”. A fundação acompanha sistematicamente a evolução de SRAG, considerada em sua maioria de casos sub-notificação de covid-19.

No boletim, os técnicos entendem que os dados até momento indicam que a “‘a luz no fim no túnel’ vai se tornando mais próxima e, com a expansão da vacinação, há fortes motivos para se acreditar no fim da pandemia até os primeiros meses de 2022” de acordo com palavras dos especialistas, no documento.

Mas os pesquisadores alertam que o momento atual exige cautela para se evitar “reveses indesejáveis” nas palavras dos técnicos. O fim da pandemia, explicam os pesquisadores, não representará “o fim da ‘convivência’ com a covid-19”, que deverá se manter como doença endêmica e passível de surtos mais localizados, segundo os técnicos. “Neste sentido, medidas como o uso de máscaras, distanciamento físico e higiene constante das mãos continuarão sendo importantes, ainda por algum tempo, em ambientes fechados ou naqueles abertos com aglomeração”, explicaram os técnicos.

Tendo em vista esse quadro, influenciado positivamente pela vacinação, os técnicos citaram que o “passaporte” pode ser usado como estímulo maior para imunização contra a doença. “O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira, aponta o passaporte de vacinas como uma importante estratégia para estimular e ampliar a vacinação no Brasil” salientaram os técnicos da Fiocruz, em comunicado sobre o boletim.

Para os especialistas da fundação responsáveis pelo boletim, é preciso diretriz, em nível nacional sobre o passaporte de vacinas, de modo a evitar a judicialização do tema, o que cria “cenário de instabilidade e comprometendo os ganhos que vêm sendo adquiridos com a ampliação da vacinação”, no entendimento dos pesquisadores.

“Reforçamos, portanto, que esta estratégia é central na tentativa de controle de circulação de pessoas não vacinadas em espaços fechados e com maior concentração de pessoas, para reduzir a transmissão da covid-19, principalmente entre indivíduos que não possuem sintomas”, afirmam os pesquisadores, no boletim.

“A redução do impacto da pandemia de modo mais duradouro somente será alcançada com a intensificação da campanha de vacinação, a adequação das práticas de vigilância em saúde, reforço da atenção primária à saúde, além do amplo emprego de medidas de proteção individual, como o uso de máscaras e o distanciamento social”, pontuou a Fiocruz, no comunicado sobre o boletim anunciado hoje.

No boletim, que abrange semana encerrada em 25 de setembro, os pesquisadores comentam que a grande maioria dos Estados ainda encontra-se ainda em níveis altos ou muito altos, de número de casos, no entendimento dos pesquisadores, com taxa acima de 1 caso por 100 mil habitantes. A taxa de letalidade no Brasil pela doença se encontra atualmente em torno de 2,5% e permanece alta em relação a outros países, na análise dos técnicos da fundação.

No entanto, os pesquisadores comentaram que, com avanço de imunização contra a doença, isso na prática tem contribuído para redução de ocupação de leitos, nos hospitais, relacionados à covid-19. Foram citadas quedas nos números absolutos de internações (-27,7%) e de óbitos (-42,6%), até semana compreendida do boletim.

Além disso, 25 unidades da Federação do país contam com taxas de ocupação de leitos de UTI abaixo de 60%, até o período do boletim. Nenhuma capital está com taxa de ocupação de leitos de UTI covid-19 superior a 80%. Vinte e três capitais estão fora da zona de alerta em ocupação de leitos, informaram os pesquisadores. Praticamente todos os estados apresentam metade de sua população vacinada com a primeira dose, acrescentara ainda, os técnicos.

No boletim, os pesquisadores da fundação fizeram ressalva, no entanto. Mesmo com sinais de melhora em indicadores da pandemia, os técnicos pontuaram que a população idosa, que agora conta em meio à processo de nova vacinação, com disponibilidade de dose de reforço em diferentes capitais do país, mostra maior presença nos hospitais pela doença.

Pela primeira vez desde o início da vacinação entre adultos, todos os indicadores (internações, internações em UTI e óbitos) passam a ter a média e a mediana acima de 60 anos, até a semana do boletim, informou a Fiocruz. A proporção de casos internados entre idosos, que já esteve em 27% (até 12 de junho), hoje se encontra em 57,3%. Os óbitos, que tiveram até 12 de junho a menor parcela de idosos (44,6%), hoje se encontram em 78,9%.

COMPARTILHE:

publicidade