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Crianças estão consumindo ultraprocessados exageradamente, alertam médicos

Estudo britânico alerta que crianças estão comendo "porções exageradas" de fast food (Foto: thinkstock)
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Estudo feito por pesquisadores do Imperial College (Reino Unido) mostrou que, em média, 60% das calorias ingeridas pelas crianças vêm de alimentos industrializados

Um grupo de pesquisadores britânicos fez um alerta para que as crianças passem a comer menos alimentos industrializados. Segundo os cientistas do Imperial College (Reino Unido), os pequenos estão “exagerando muito” no consumo de ultraprocessados e, por isso, correm um risco cada vez maior de se tornarem obesos e apresentarem problemas de saúde causados pela má alimentação.

Em um estudo recém-publicado na revista científica JAMA Pediatrics, os pesquisadores acompanharam 9.025 crianças desde os 7 até os 24 anos, para traçar um histórico de como o índice de massa corporal (IMC), o peso e a circunferência da cintura mudou com o passar do tempo. O objetivo era entender quais eram os efeitos a longo prazo do consumo de alimentos ultraprocessados – como pizzas congeladas, refrigerantes, biscoitos, pães embalados e sucos de caixinha – para a saúde das crianças.

Os resultados mostraram que, em média, 60% das calorias ingeridas pelas crianças vêm de alimentos industrializados e que, quanto mais consomem esse tipo de produto, maior o risco de ficarem acima do peso depois de adultos. “Frequentemente nos perguntamos por que as taxas de obesidade são tão altas entre as crianças e este estudo fornece uma pista para isso. Ele revela que uma proporção extremamente alta da dieta infantil é composta de alimentos ultraprocessados, com uma em cada cinco crianças com 78% de suas calorias vindas de alimentos ultraprocessados”, diz Christopher Millett, um dos autores.

Os pesquisadores alertam que, por mais que os alimentos industrializados sejam muitas vezes mais baratos e mais “práticos”, eles precisam ser cortados ao máximo da dieta dos pequenos. “Sabemos que, se as crianças têm um peso acima do ideal no início da vida, isso tende a permanecer na adolescência e depois na fase adulta. Também sabemos que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados ​​está ligado a uma série de problemas de saúde, incluindo excesso de peso ou obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e câncer mais tarde na vida”, explica Eszter Vamos, pesquisador que participou do estudo.

Obesidade infantil no Brasil

No Brasil, o cenário é parecido. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 6,4 milhões de crianças brasileiras estão acima do peso ideal, sendo que, desse total, 3,1 milhões já são consideradas obesas. Isso significa que, atualmente, 1 a cada 10 crianças entre 5 e 9 anos são diagnosticadas com obesidade infantil.

Assim como em outros países onde a obesidade disparou nos últimos anos, o excesso de peso está relacionado, sobretudo, ao maior consumo de produtos industrializados – ricos em açúcar e gordura. “Quando se fala em risco de obesidade, a genética responde por cerca de 30%. Os outros 70% vão depender de hábitos de vida, por exemplo, se a criança faz atividade física. Uma alimentação saudável compõe uma microbiota intestinal [conjunto de microrganismos que participam de vários processos, como a digestão] mais favorável a acumular menos gordura”, explica a endocrinologista Jacqueline Rizzolli, membro da diretoria da Abeso.

Fonte: Revista Crescer

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