Search
Close this search box.

Lula culpa líderes europeus, EUA e presidente da Ucrânia por invasão russa

Lula culpa líderes europeus, EUA e presidente da Ucrânia por invasão russa
Imagem: Reprodução / Revista Time
WhatsApp
Facebook
LinkedIn
Twitter
Telegram

Em entrevista a um dos mais importantes veículos de comunicação dos Estados Unidos, a revista Time, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência da República, culpou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pela invasão russa.

“Vejo o presidente da Ucrânia falando na televisão, sendo aplaudido, sendo aplaudido de pé por todos os parlamentares [europeus]. Esse cara é tão responsável quanto Putin pela guerra. Porque na guerra, não há apenas uma pessoa culpada”, afirmou Lula, que estampa a capa da mais recente edição da revista.

Ele disse ainda que é “irresponsável” que os líderes ocidentais “celebrem” Zelensky em vez de se concentrar em negociações a portas fechadas. “Você está encorajando esse cara (Zelensky), e então ele pensa que ele é a cereja no seu bolo. Deveríamos ter uma conversa séria. Ok, você foi um bom comediante. Mas não vamos fazer guerra para você aparecer na TV.”

Lula, ressalta a publicação, continua acreditando que “dois chefes de Estado eleitos, sentados em uma mesa, olhando um para o outro nos olhos”, podem resolver quaisquer diferenças.

Na entrevista, ele afirma que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes da União Europeia não conseguiram fazer isso o suficiente na véspera da invasão da Rússia ao seu vizinho em fevereiro.

“Os Estados Unidos têm muita influência política. E Biden poderia ter evitado [a guerra], não incitado”, disse Lula na entrevista. “Ele poderia ter participado mais. Biden poderia ter pego um avião para Moscou para falar com Putin. Este é o tipo de atitude que você espera de um líder;’, completou o petista.

No entanto, a Time lembrou que a maioria dos analistas ocidentais argumenta que a invasão de Vladimir Putin foi alimentada por um desejo imperialista de tomar território, em vez de qualquer provocação da Ucrânia. “Mas, na opinião de Lula, até o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que enfrentou um acúmulo de tropas em suas fronteiras meses antes do início da guerra em fevereiro, compartilha a culpa”, diz a revista.

Lula criticou também sanções impostas à Rússia

Na entrevista, Lula disse que os Estados Unidos e a União Europeia deveriam ter assegurado a Putin que a Ucrânia não se juntaria à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ele fez uma comparação com a crise dos mísseis cubanos de 1962, quando os EUA e a Rússia concordaram em remover os lançamentos de mísseis dos quintais uns dos outros.

Para Lula, as sanções ocidentais sobre a Rússia afetaram injustamente as economias de outras regiões. “A guerra não é solução”, disse ele. “E agora vamos ter que pagar a conta por causa da guerra contra a Ucrânia. Argentina, Bolívia também terão que pagar. Você não está punindo Putin. Você está punindo muitos países diferentes, você está punindo a humanidade”, acrescentou.

Lula ainda reforçou a necessidade de renovar as instituições globais. “As Nações Unidas de hoje não representam mais nada. Os governos não levam a ONU a sério hoje, porque tomam decisões sem respeitá-la”, argumentou Lula. “Precisamos criar uma nova governança global”, completou.

Opiniões do petista sobre política externa vão “contra o vento predominante hoje”

Segundo a reportagem, que leva o título “Presidente mais popular do Brasil retorna do exílio político com promessa de salvar a nação”, as opiniões do petista sobre política externa “o colocaram contra o vento predominante hoje”.

Time lembrou que, como presidente, “ele se recusou a tomar um lado nos argumentos do Ocidente com seus rivais, e se orgulhou de falar com Hugo Chávez da Venezuela ou com Mahmoud Ahmadinejad, da Venezuela, na mesma semana que George W. Bush ou Barack Obama”.

Time escreveu que ele diz estar “muito preocupado” quando os Estados Unidos e muitos países latino-americanos reconheceram Juan Guaidó, líder da oposição de centro-esquerda da Venezuela, como presidente em 2019, em uma tentativa de forçar Nicolás Maduro, sucessor autoritário de Chávez, ao poder. “Ainda hoje, após o colapso da Venezuela na cleptocracia, Lula se recusa a chamar Maduro de ditador”, destaca a revista.

 

Para mais notícias clique aqui e também nos siga nas redes sociais @maisvipoficial

 

Fonte: O Tempo

COMPARTILHE:

publicidade