Search
Close this search box.

MC Serginho faz relato emocionante sobre Lacraia: “Me transformou”

Foto: reprodução
WhatsApp
Facebook
LinkedIn
Twitter
Telegram

MC Serginho prestou uma homenagem à sua parceira musical, Lacraia, que faleceu há 10 anos, no Rio de Janeiro, vítima de complicações da tuberculose. A dupla, expoente do funk, conquistou o Brasil nos anos 2000 com os hits Vai Lacraia e Eguinha Pocotó.

“São duas datas. Em oito de maio, minha filha faz aniversário. E, no dia dez, foi o dia em que a Lacraia morreu. É difícil não lembrar. Recebo mensagem de todo mundo, mandando muito carinho. Minha oração é para ela se manter iluminada, onde estiver e a cada dia. Passei 12 anos da minha vida com a Lacraia, convivendo diariamente. A gente sabe que é uma coisa certa. Mas é difícil de a gente aceitar”, afirmou Serginho em entrevista para o Extra.

Ele ainda afirmou que mantém contato com parentes de Lacraia. “Estão todos bem. Às vezes vejo a mãe, Dona Maria Alice, as irmãs… A mais nova postou sobre a saudade da Lacraia. Eles eram muito agarrados”, disse.

Tanto Serginho quanto Lacraia são da comunidade de Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, e se conheceram na quadra do Salgueiro e logo se tornaram amigos. A parceria profissional veio depois.

Serginho considera Lacraia um marco para a comunidade LGBT e na luta contra o preconceito. De acordo com ele, Lacraia respondia com bom humor quando algum problema do tipo ocorria, mas houve momentos tensos. “Nós fomos em um jogo no Maracanã e decidimos sair um pouco antes do fim da partida para evitar a multidão. Dois rapazes saíam do banheiro. Um deles deu um tapa nela, estava bêbado. Reclamei. Ele deu outro. Aí eu caí para dentro. Mas depois ficou tudo bem. E a gente até conversou”, contou.

Ele ainda mencionou um show feito em uma cidade do interior, quando Lacraia foi recebida por um grupo formado por vários gays que a homenagearam e agradeceram pela visibilidade. “Tem antes e depois da Lacraia. Na cidade do interior, esse grupo de LGBTs assumidos agradeceram. Disseram que antes as pessoas gritavam para eles ‘viados escrotos’, e agora gritavam ‘vai lacraia’. A gente entendeu que tinha um papel importante na missão de ressocializar as pessoas (da comunidade LGBT). Arrisco dizer que não há pessoa mais importante do que ela nisso”.

“Por que depois, o tema começou a aparecer mais na televisão, nas novelas… Foi um grito de liberdade: quem estava em cima do muro, caiu; e quem estava no armário, saiu”, comemorou o MC, sem esconder a saudade e admiração pela amiga.

“É inexplicável. Só quem perdeu alguém assim sabe como é. Não fui a lugar nenhum sozinho. Para mim foi um privilégio. Por isso, oro pela minha mãe, pelo meu pai e pela Lacraia, que me fez conhecer coisas, apresentou situações, pessoas e me transformou”, destacou.

Fonte: Metrópoles

COMPARTILHE:

publicidade