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Culto no metaverso prega uso de hashtag e pede dízimo por QR Code

Culto no metaverso prega uso de hashtag e pede dízimo por QR Code
Imagem: Divulgação
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Confraternização entre avatares, QR code para a arrecadação de dízimo, apelo para que os fiéis propaguem a palavra de Deus por meio de hashtags e sorteio de um par de óculos de realidade virtual.

Assim foi um dia de culto no primeiro templo brasileiro presente no metaverso, ambiente virtual imersivo.

O culto, que aconteceu no domingo, 5 de junho, faz parte da programação da Igreja Batista da Lagoinha no mundo virtual. O número de fiéis presentes variou entre 9 e 16.

Fundada em 1952 em Belo Horizonte, a instituição hoje é liderada pelo pastor Márcio Valadão e tem quase 700 endereços espalhados pelo Brasil e pelo exterior. Em abril, ganhou seu primeiro templo virtual, batizado de LagoVerso.

No culto que aconteceu no início de junho, a pregação se alternou com o canto de louvores e a participação de apresentadores que lembravam aos fiéis a importância de espalhar a mensagem cristã também no ambiente virtual, por meio da hashtag #eudecidoporjesus.

Para participar da atividade, o fiel precisa de um computador ou de óculos de realidade virtual. Em seguida, tem que instalar a AltSpaceVR, plataforma na qual cria um avatar, figura digital que pode ser baseada em suas características físicas.

Depois, é só colocar na plataforma o código da atividade do dia e começar a jornada no templo virtual, que, além de área para culto, conta com garagem, ambiente para crianças, sala de reunião, cafeteria e recepção.

O espaço é uma réplica do prédio digital da Lagoinha Orlando Church, localizada cidade de Orlando (EUA). Em algumas das paredes, há banners com informações sobre atividades e QR Codes para o envio de dízimo.

Vista com interesse por parte dos fiéis, a entrada da Igreja Batista da Lagoinha no metaverso gerou controvérsia no mundo gospel. Em material publicado pela igreja no YouTube, o pastor Giba Leite faz um discurso ambíguo sobre a importância da iniciativa.

No vídeo, Leite diz que a entrada da igreja no ambiente imersivo é inevitável para que a entidade possa divulgar a palavra de Deus, mas ressalta que o metaverso apresenta riscos, como a perda do contato com a realidade e o descontentamento dos fiéis com suas vidas fora das telas.

“A entrada no metaverso vai fazer com que a gente impacte mais pessoas. Agora temos mais uma opção para ouvir a palavra de Deus.”, disse Bruno Lopes, gestor de tráfego que participou de culto virtual.

A maioria dos comentários do vídeo, publicado em fevereiro deste ano, é negativa. Alguns usuários entendem a iniciativa como um perigo para os cristãos. Uma internauta, identificada como Karla Angélica, afirma que “avatar não se converte”. Outra usuária, Shirley, insinua que a iniciativa pode “desmembrar” o corpo de Cristo.

Imagem: Reprodução

Para o gestor de tráfego Bruno Lopes, 34, de Balneário Camboriú (SC), que frequentou o culto, a experiência de estar na igreja por meio do metaverso é interessante porque permite a interação com pessoas de locais diferentes, que não se conheceriam se não fosse o culto virtual.

Na opinião dele, a iniciativa não tem o poder de afastar os fiéis da igreja física.

“Pelo contrário. A entrada no metaverso vai fazer com que a gente impacte mais pessoas. Agora temos mais uma opção para ouvir a palavra de Deus”, diz.

Objetivo

Segundo a Igreja Batista da Lagoinha, o objetivo dos cultos no metaverso é expandir a anunciação do evangelho, não excluir a participação presencial das pessoas. “Onde enxergam apenas um avatar, nós enxergamos vidas.

“A igreja precisa estar onde as pessoas estão. Estar no metaverso é atender a um chamado eterno: o de amar pessoas. Se há gente no metaverso, há motivo para que o evangelho seja anunciado”, informou a instituição por email.

 

 

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Fonte: Folha de São Paulo

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