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Mãe diz que não sente ódio de modelo que atropelou e matou seu filho: ‘Não quero julgá-lo’

Mãe diz que não sente ódio de modelo que atropelou e matou seu filho: ‘Não quero julgá-lo’
Imagem: Reprodução / Redes Sociais
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A mãe do adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, que morreu após ser atropelado na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, contou em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, como foram os momentos logo depois do acidente. Muito emocionada, Mariana Cardim de Lima diz que ainda tenta suportar a perda do filho e disse que, apesar da dor, não tem “ódio ou rancor” do modelo Bruno Krupp, que foi preso pelo atropelamento.

“Foi inevitável para mim acompanhar isso tudo e ver o quanto as pessoas têm ódio e rancor e raiva desse rapaz. E eu, por incrível que pareça, eu não estou com ódio desse rapaz, eu não tenho rancor. Eu desejo que ele olhe para dentro dele mesmo. Quando a gente é criança, o nosso pai e nossa mãe não bota a gente de castigo? Talvez ele tenha sim que pagar a lei dos homens, dentro do que o Ministério Público ou que a Justiça determinar, mas eu Mariana não quero julgá-lo. Então, a gente vive numa sociedade que tem justiça. Se essa justiça precisa ser feita, até para que outra mãe não esteja aqui daqui a um tempo, sentindo a minha dor, que ela seja”, disse ela.

Mariana relembrou o que o filho a disse quando estava caído, ferido, na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 3. “Eu e ele deitados na pista. Eu falei que amava, ele falou que me amava também”, contou a mãe, que destacou: “Era a pessoa mais importante, pela qual acordava, eu ia dormir.”

Uma câmera de segurança registrou o momento em que mãe e filho atravessavam em direção à praia. João Gabriel teve a perna amputada no momento do impacto com a motocicleta.

“Antes da gente atravessar, a gente olhou, e estava muito distante mesmo os carros e não tinha nenhuma projeção de nada perto da gente, mas em segundos ele, a moto estava em cima dele, e aí eu já perdi a noção do que que eu estava vendo. Eu vi a perna dele voando, eu vi o meu filho estendido no chão, me pedindo socorro. Eu comecei a gritar e pedir ajuda a todo mundo”, destaca Mariana.

Mãe e filho tinham acabado de sair de uma confraternização familiar. Eles decidiram atravessar a avenida para passar na praia antes de ir pra casa. “A gente ia por no pé na areia, pegar a energia do mar, a gente sempre agradece, eu sempre ensinei a ele a agradecer, agradecer por tudo”, contou a mãe.

A médica mineira Priscila Rocha, que passava pelo local e ajudou a prestar os primeiros socorros ao adolescente, também falou sobre o cenário do acidente. “Iniciei as massagens cardíacas. Em pouco tempo, ele abriu os olhos e comentou que estava doendo um pouco o tórax. e aí eu perguntei o nome dele, vi que ele estava consciente. Tentei acalmá-lo, acalmar a mãe também”, relembrou.

João Gabriel foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde passou por uma cirurgia e não resistiu. O corpo do estudante foi sepultado no último dia 1º, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio.

Ao final da entrevista, Mariana disse que ela e o filho sempre gostaram de ir ao mar para “pegar a energia” e lembrou do nascimento do adolescente:

“Quando ele nasceu, foi como uma música nos meus ouvidos. Eu ouvi como se dissesse aquela música ‘foi assim, como ver o mar’. E foi essa música que veio na minha cabeça quando eu olhei nos olhos dele pela primeira vez. ‘A primeira vez que meus olhos viram o seu olhar’. E foi diante do mar que eu tive que me despedir do meu filho”, lamentou ela.

Denúncias de estupro

A reportagem do “Fantástico” também destacou que Bruno Krupp é investigado pelos crimes de estelionato e estupro. Uma jovem de 21 anos registrou um boletim de ocorrência, no último mês de julho, acusando o modelo por violência sexual.

Após a repercussão do caso, outra mulher, de 28 anos, disse que também foi abusada por ele seis anos atrás. Ela contou que, na época, teve vergonha de denunciá-lo. Mas agora procurou a polícia.

“A gente ficou, mas a gente já tinha se beijado outras vezes. Só que aí ele começou a forçar muito. eu falei “eu não quero, eu não quero transar, pode parar. Aí ele me jogou, tirou a minha roupa a força, segurou meu braço e aí forçou. Eu gritava muito porque estava doendo, ele estava me machucando. Mas ele não parou”, relembrou ela.

Essa mesma vítima destacou que postou uma mensagem nas redes sociais contando o que aconteceu com ela e mais de 40 mulheres a enviaram comentários dizendo que também foram estupradas por Krupp. No entanto, nem todas procuraram as autoridades para formalizar as queixas.

A Polícia Civil informou que ainda apura essas denúncias contra o modelo e não divulgou mais detalhes sobre os trabalhos.

 

 

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Fonte: Metro

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