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Advogada sofre golpe do PIX e transfere quase R$ 7 mil a estelionatário

(Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
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Justiça determinou bloqueio do valor na conta do criminoso imediatamente depois de a vítima ingressar com ação para reparar prejuízo

Uma advogada da capital goiana sofreu golpe do PIX, na tarde de quinta-feira (19/8), e transferiu R$ 6.980 para um estelionatário que clonou o número do celular da irmã dela e pediu dinheiro emprestado para comprar um celular, ao se passar pela familiar da vítima, em conversa no WhatsApp. A Justiça de Goiás decretou o bloqueio dos valores na conta do suspeito para reparar o prejuízo.

Sarah Jaira Alves Pinto, de 36 anos, transferiu os valores para a conta bancária em nome de Audair Soares dos Santos Araújo. Ela registrou ocorrência na delegacia e ingressou com ação judicial imediatamente depois de saber da clonagem do número do celular da irmã, que também disse não ter pedido para realizar qualquer transferência de dinheiro.

“Apenas tomei conhecimento de que se tratava de um golpe, quando minha irmã entrou em contato por telefone, avisando que o WhatsApp dela havia sido clonado”, disse a advogada, no registro de ocorrência.

Poucos minutos antes, a vítima já havia entrado em contato com sua agência bancária, e sua gerente afirmou que não poderia ajudá-la, orientando-a a buscar as autoridades competentes para resolver a situação.

 

Prints do WhatsApp:

Advogada cai no golpe de estelionatário que se passou pela irmã dela no Whatsapp (Reprodução)
Conversa de estelionatário que se passou por irmã de advogada, em Goiânia (Reprodução)
Estelionatário pede transferência de dinheiro em golpe do PIX (Reprodução)
Estelionatário termina conversa com advogada, vítima do golpe do PIX em Goiânia (Reprodução)

 

Conversas

A advogada apresentou à Justiça imagens das conversas no WhatsApp em que o estelionatário, passando-se pela irmã dela, disse que seu celular deu um problema, motivo pelo qual estaria com um aparelho provisório, e, em seguida, perguntou como ela estava.

Sarah, então, respondeu que estava bem, mas preocupada. Disse, ainda, que não se conforma com a perda de uma tia. A todo o momento, o estelionatário agiu com suposta empatia e digitou palavras e expressões que demonstrassem conforto, como “amém” e “Deus sabe o que faz”.

Em seguida, de acordo com as imagens, o estelionatário pediu um favor, dizendo que precisava de dinheiro emprestado até o dia seguinte. A advogada não esboçou qualquer suspeita e disse à polícia que tem costume de fazer transações com a irmã.

“Eu e minha irmã temos o costume de fazer esse tipo de transação, não me causou estranheza no pedido de transferência”, afirmou, no boletim de ocorrência.

Sensibilizada com a situação da suposta irmã, a advogada, então, perguntou se queria que fizesse a transação por meio do PIX, depois de o estelionatário dizer, inicialmente, que precisava de R$ 2.680. Ele passou os dados bancários, imediatamente.

 

“Tem como?”

Depois de 15 minutos, o estelionatário enviou mais uma mensagem no WhatsApp com novo pedido para a advogada: “Nossa Sarah ouve [sic] um equívoco no valor. Era ¨.680. Tem como fazer o restante para mim e amanhã eu te passo o valor total. Tem como?”, perguntou. Em seguida, a advogada faz outra transferência. Desta vez, no valor de R$ 4 mil.

Ao perceber que havia enganado a vítima e conquistado, de fato, a confiança dela, o estelionatário ainda pediu mais R$ 5.380, depois de 50 minutos da última transação, mas, conforme mostram as imagens, a advogada respondeu que tinha só R$ 700, que também foram transferidos depois de o criminoso dizer que poderia ser esse valor.

Ao longo de toda a conversa, o estelionatário agiu como se fosse a irmã da vítima e, após o envio de cada comprovante de transferência, agradeceu e enviou imagem de coração, da mesma forma que finalizou o diálogo.

Ao aceitar o pedido de bloqueio dos valores na conta para os quais foram transferidos, a Justiça entendeu que a demora dessa medida poderia provocar danos à vítima e dificuldade de reparação.

O estelionatário também é investigado pela Polícia Civil de Goiás, que também deverá apurar se os dados informados na conta bancária é, de fato, do titular real dela e indiciar o criminoso no âmbito penal.

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