Cerimonial enviou um e-mail para estudantes informando que o contrato havia sido encerrado
Representantes de 42 comissões de formatura denunciam que levaram calote que estimam ser de R$ 20 milhões de um cerimonial de Belo Horizonte. No dia 29 de dezembro, o cerimonial Via Essencial, com sede no Santa Efigênia, enviou um e-mail para as comissões informando que o contrato havia sido encerrado.
Pegos de surpresa, uma vez que comemorações como culto ecumênicos e bailes estavam marcados, os formandos foram até à Polícia Civil para denunciar o caso, que abriu inquérito nesta segunda-feira (3) para investigar o caso.
Dentre os estudantes lesados, estão alunos do curso de direito e medicina da UFOP; de administração da Newton Paiva; de engenharia mecânica, administração e psicologia da UFMG e de direito, da Dom Hélder Câmara.
A estudante de odontologia Carolina Ávila, de 27 anos, que estuda na Newton Paiva, está entre as pessoas lesadas. Ela conta que a formatura está prevista para julho de 2022, e o baile e o culto ecumênico, que seriam responsabilidade do cerimonial, para novembro deste ano.
“No serviço da Via Essencial estavam incluídos nossa festa de meio curso, os convites de solenidade, o culto ecumênico e o baile”, afirma, contanto que os fornecedores da festa do meio do curso não receberam pagamento do cerimonial, mesmo este informando que a celebração já estava quitada.
Prejuízo de R$ 700 mil
Carolina conta que quatro turmas de odontologia se juntaram para planejar as cerimônias, o que dá cerca de 150 formandos. Carolina estima que apenas as turmas do curso tenham tido um prejuízo de R$ 700 mil.
A estudante ainda diz que as comissões se juntaram em um grupo com mais de 220 pessoas. “E o número só cresce, cada hora aparece mais uma pessoa que foi lesada”, afirma.
Ao entrar em contato com o cerimonial, este informou que tem um prazo de 30 dias para informar qual será a forma de ressarcimento. “Nós da comissão ficamos sabendo junto de todos os associados, não teve aviso prévio para a comissão, não teve tentativa de acordo. Nós, da comissão, perguntamos durante a pandemia se estava tudo bem, e sempre tínhamos resposta que estava tudo bem. A gente passa por um momento de pesadelo”, diz.
O que o cerimonial diz
No aviso enviado às comissões, o cerimonial diz que “não será possível a continuação do contrato” e se justifica dizendo que isso se deve às condições impostas pela pandemia.
“Nós achamos que eles não quebraram, porque o dinheiro não parou de entrar. Pode ter diminuído a entrada, mas não parou. O dinheiro, porém, parou de sair, porque eventos não estavam sendo feitos”, afirma.
A reportagem entrou em contato com o cerimonial por telefone e e-mail, mas não obteve retorno.