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Médico do RS investigado no Egito por assédio sexual pede desculpas a vendedora: ‘É uma brincadeira’

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médico de Porto Alegre, investigado por assédio sexual no Egito, pediu desculpas a vendedora por a ter constrangido em vídeo publicado nas redes sociais. Victor Sorrentino está detido no país desde a manhã de domingo (30) para prestar mais esclarecimentos. O primeiro vídeo, na loja de papiro, foi gravado no dia 24 de maio. No dia seguinte (25), ele voltou ao local e gravou novamente com a egípcia pedindo desculpas.

“Isso é uma brincadeira brasileira, que pode ser vista como brincadeira de mau gosto, e eu acho que é, uma brincadeira assim ‘bah, não precisava fazer isso’. Mas eu sou assim, bom, você viu ontem, eu sou um cara muito brincalhão, estou sempre brincando. E filmei isso, e as pessoas ficaram ofendidas por você”, acrescenta.

Nas imagens, o médico diz a vendedora que tudo havia sido “uma brincadeira” e afirma que a situação provocou “uma confusão”.

“Quando você falou do papiro, não precisa ficar vermelha, quando você falou do papiro largo, você falou, assim, ‘ah, tem que ser duro’, aí eu brinquei “ai, então é duro’, e “tem que ser grande”, grande e duro, grande e duro é uma brincadeira, você sabe”, explica o médico a vendedora.

Após explicar a situação, a vendedora disse em espanhol que estava “tudo bem” e que entendeu que foi uma “piada”.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público do Egito, a mulher preferiu seguir com o processo criminal contra Sorrentino, por causa dos danos que causou ao publicar as imagens nas redes sociais.

O médico ainda alegou que está acostumado a brincar desse jeito com amigos e familiares no Brasil.

“Não entendi isso no início, porque eu estou acostumado a brincar assim com meus familiares e com as pessoas que eu conheço, mas eu não tinha direito de brincar com alguém que eu não conheço”.

Ativistas brasileiros que denunciaram o médico ressaltaram o simbolismo da ação e a revolta com o acontecimento. A influenciadora Patrícia Oliveira, responsável pela página Vida no Egito, traduziu do português para o árabe as falas de duplo sentido de Sorrentino no vídeo. Para ela, o pedido de desculpas fere princípios culturais e religiosos do país.

“O médico Victor Sorrentiono voltou ao local para fazer um vídeo de desculpas. O que me faz pensar que o médico provavelmente não tem nenhum conhecimento sobre o país onde estava visitando. Se ele tivesse o mínimo conhecimento sobre a cultura, sobre os costumes, saberia que um homem tocar uma mulher egípcia que ele não é casado também é considerado assédio, até crime. E no vídeo de desculpas é nojento, pois sabendo desses costumes e dessa cultura, ele está tocando nela, fazendo completamente o oposto de pedir desculpas”, afirma.

Assédio sexual em bazar turístico

A Unidade de Monitoramento e Análise de Dados do MP egípcio iniciou a apuração depois que o vídeo viralizou no país.

“Os ativistas desses sites conseguiram traduzir esses abusos e ficou claro no clipe que a menina foi ridicularizada e parecia sorrir distraída, sem saber do abuso verbal”, disse o Ministério Público do Egito.

Sorrentino foi detido na manhã de domingo (30), a caminho do Aeroporto de Cairo. O Ministério Público do Egito interrogou o brasileiro por ação “de expor a vítima a insinuações sexuais e insinuações com palavras, a sua transgressão aos princípios da família e valores da sociedade egípcia, sua violação da santidade da vida privada da vítima e seu uso de sua conta online privada para cometer esses crimes”, segundo a entidade egípcia.

Na sessão, Sorrentino teria alegado que dirigiu a vendedora frases com conotações sexuais e que publicou o vídeo como uma piada. Conforme o órgão, o médico se desculpou com a vítima depois da repercussão do caso.

Um tradutor especializado foi ouvido na audiência, confirmando o teor das falas do brasileiro, de acordo com a acusação.

Ao G1, a advogada Amanda Bernardes, que representa Sorrentino, afirmou que o passaporte dele já foi devolvido. “O MP requereu só que ele continuasse lá para amanhã [terça, 1º] prestar novos esclarecimentos que não foram suficientes”, afirma.

Segundo o Ministério Público egípcio, as investigações revelaram a identificação e localização do brasileiro, quando ele tentava deixar o país, após a repercussão do caso mas redes sociais. A entidade diz ter incluído Sorrentino na lista de pessoas proibidas de viajar.

Fonte: G1

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